25/08/2024

O diagnóstico que me deram é: depressão. Ela é o mal do século, dizem os especialistas. No meu caso, não tem gatilhos. Não consigo encontrar a fonte, o que desencadeia ou o que deu origem. Vida perfeita. Amada, financeiro ok, sem grandes problemas na vida. Hoje é domingo. Está um dia chuvoso, como amo. Moro na cidade que amo. Tenho conforto, vivo em paz, sem cobranças ou pressões externas. No entanto, estou aqui no quarto, escrevendo essa tentativa de terapia, enquanto meu filho está sozinho na sala vendo TV. Poderíamos estar juntos, em casa ou mesmo passeando. Tem um carro na garagem, cartão de crédito liberado (na medida da minha sensatez, que tem toda a confiança do meu marido), a cidade é convidativa nos dias invernados. Minha filha está no outro quarto, trabalhando em projetos pessoais, então não me dói tanto praticar esse "abandono". Tenho medo das consequências disso na vida futura deles. Não posso prever; todos os pais erram, é impossível acertar em tudo, mas tenho medo. Nesse momento da minha vida, tenho um vício que está roubando toda minha energia, paz, que me deixa muito suscetível a irritações, que me põe em estado piorado de desânimo, mas que não consigo vencer: o vício em internet. Essa é a primeira vez que assumo isso. Dói assumir, mais do que se eu estivesse assdumindo vício em álcool ou drogras. Dói porque, a princípio, é só não pegar o celular. Mas eu não consigo. Parece que ao abrir alguma página vou achar a minha salvação, alguma coisa que vai revolucionar a minha vida ou resolver pelo menos em parte o meu problema. Então eu cedo. Abro o instagram pra ver a vida de pessoas que vivem como eu penso que gostaria de viver. A vida no campo, a vida de artesã, a vida de dona de casa que tem alegria em cozinhar pra família, limpar e organizar a casa. Ora, mas eu tenho a oportunidade de viver tudo isso agora, e por que vou ver a vida dos outros, em vez de viver a minha própria? NÃO SEI. Talvez o fato de que ver não cansa; já fazer... ali, tudo é lindo, tudo dá certo, não tem pernilongos, nem cheiro ruim no galinheiro, nem dor nas costas, nem pele feia e com marcas das roupas feitas pelo sol na pele... Fico num eterno salvamento de ideias de artesanatos, receitas, construções artesanais, exercícios físicos, tudo que me daria a vida que (penso) desejo. A vida perfeita seria essa: malhar, fazer comidas gostosas, lanchinhos fofos, ter tudo em ordem na casa, fazer artesanatos lindos pra decorar a casa e ganhar algum dinheiro. E o que me falta pra isso. ABSOLUTAMENTE NADA além de FAZER. Simplesmente isso, FAZER. Largar o celular e colocar tudo em prática. Marido adoraria. Me incentiva todos os dias, custeia os gastos necessários pra isso, e, não obstante, eu não faço. Não faço porque não tenho energia. Não tenho energia porque não saio do celular. Não saio do celular porque me conforta ver como é a vida que eu gostaria de ter. Veja que loucura! Meu Deus! Eu só posso estar doente mesmo. Então aqui está um pouquinho das elucidação dos fatos que estou tentando fazer da minha cadeia. O porquê estou nela. Pra tentar olhar de fora e ver se é isso mesmo. Porque dentro, não estou conseguindo ver. Talvez eu veja que essa pista estava errada, ela não elucida fato nenhum. Talvez eu veja que era só eu tentando arrumar uma desculpa pra aquilo que é realmente uma doença, e que eu reluto em aceitar. Mas nesse momento, é a única que tenho. Seguirei nela, tentando encontrar a chave pra minha libertação.

25/08/24
E depois de mais de uma década, estou aqui novamente. Mas não "eu" de 12 anos atrás. Hoje, um eu que se perdeu em meio à bagunça dos seus quereres; um eu que não soube qual caminho interior seguir e, como aquele burro, morreu de fome e de sede entre um lago e um pasto, sem saber o que fazer primeiro: se comer ou beber. A vida tá doída hoje. Não por nada externo: tá tudo em ordem, tudo perfeito. O problema tá dentro. Me perdi, não sei quem sou, o que quero, o que me faz feliz, do que sou capaz, do que gosto ou não gosto. Não sei que caminho tomar. Hoje retomo esse lugar como meu espaço de terapia. Talvez voltar um pouco atrás e procurar por algum resquício de identidade, mesmo que velada entre os escritos de uma personalidade que dissimulava sua aparência. Penso que nunca fui alguém. Minha vontade de não existir se camuflava nas diligentes tentativas de montar uma personalidade que pudesse parecer interessante. O erudito me atraía especialmente, e era nele que eu tentava construir aquilo que eu gostaria de ser. filosofia, música clássica, poesias, tudo que parecia me diferenciar do que era comum àquele tempo tinha minha especial atenção. O gosto era genuíno, mas a persona, não. Quem eu era? Quem eu viria a ser? Não posso dizer que não fui e que não sou ninguém; ninguém é alguém que não é coisa nenhuma, mas existe em si mesmo. Eu existo em mim mesma, sem, contudo, saber quem sou. Sou esse ninguém. Falar, não consigo. Acabo racionalizando demais, parece que na tentativa de mostrar pro outro (ou pior, pra mim mesma) que tenho razão no meu extravio. "Me perdi, mas a culpa foi do caminho". Nem posso me delongar, ou corro o risco de chorar todas as minhas pitangas aqui, e não é esse o intuito. Quero registrar os fatos como estão, pra ver se consigo ver como quem olha de fora da caixa. Espero me achar. Se eu existo, estou em algum lugar. Vou começar a procura por aqui.

18/05/2012

"Escrever nem uma coisa nem outra - 
A fim de dizer todas - 
Ou, pelo menos, nenhumas.
Assim, 
Ao poeta faz bem 
Desexplicar - 
Tanto quanto escurecer acende os vagalumes"


Manoel de Barros

10/05/2012

Erótica é a Alma






Roberta Lima 

Um dos meus professores desse semestre costuma exclamar que antigamente os jovens queriam mudar o mundo, hoje só pensam em mudar o corpo.Trágica mas real afirmação. Vivemos na era dos seios e bundas siliconados, de belezas plastificadas, muitos músculos, muita aparência e pouca essência.

Confesso que já estive diante de pessoas reais que mais pareciam virtuais, tamanha a superficialidade. Tristes tempos.

Não vou fazer apologia ao descuido. Gosto de me cuidar, de usar bons cosméticos, um make up, umas roupas bacanas, minha própria vida profissional requer um pouco desse cuidado. Mas considero isso um mero detalhe diante daquilo que realmente importa: o ser.

Tenho observado entre alguns amigos problemas de baixa auto-estima e a razão é simples: talvez não se achem inseridos no padrão de beleza vigente, se sentem aquém do que o senso comum chama de belo e isso, por vezes, lhes rouba oportunidades e vivências significativas.

Pensando sobre algumas dessas coisas, resolvi jogar algumas questões para fazermos algo que muitos não costumam fazer: pensar. Comecemos com a afirmação do nosso querido poetinha Vinícius de Moraes e sua clássica frase: “que me perdoem as feias, mas beleza é fundamental”! Muitos fazem disso regra de fé e prática, interessante é que provérbios fala que “a verdadeira beleza, a verdadeira honra de uma mulher está em amar e obedecer ao SenhorPv 31:30 

Sabemos que a prática no meio cristão não é diferente do que encontramos em outros meios, lembro-me de ouvir há uns anos atrás uma moça queixosa dizer que havia imaginado que na igreja seria diferente e que não seria tratada segundo a aparência. Até já escrevi um post falando de maquiagem no qual afirmava que a mulher tem que se cuidar, ser bonita, mas acho que podemos desenvolver melhor esse conceito “beleza” no post de hoje. Cada um tem características peculiares e deve procurar saber valorizar o que é ponto forte, saber se arrumar de acordo com seu padrão corporal, sua personalidade, etc...

Acho que é possível todos sermos bonitos, cada um a sua maneira. Só não podemos ficar presos a uma ideia fixa, a um padrão único, temos um Deus que tem uma multiforme sabedoria e nos dá múltiplas escolhas, mas quero reforçar alguns pontos.

Meninos: não se compra um bom papo como se compram anabolizantes na esquina. 
Meninas: com sua bunda você pode conquistar um garoto por uma noite, mas com sua personalidade um homem pela vida inteira.

Duas frases que vi recentemente nos twitters da vida e que de certa forma são “voz ecoando no deserto” de vaidades reinante. Li algo interessante da Adélia Prado e desenvolvido de forma mais assertiva por Rubem Alves, que diz assim: Não foi à toa que Adélia Prado disse que "erótica é a alma". Enganam-se aqueles que pensam que erótico é o corpo. O corpo só é erótico pelos mundos que andam nele. A erótica não caminha segundo as direções da carne. Ela vive nos interstícios das palavras.

Não existe amor que resista a um corpo vazio de fantasias. Um corpo vazio de fantasias é um instrumento mudo, do qual não sai melodia alguma. Por isso, Nietzsche disse que só existe uma pergunta a ser feita quando se pretende casar: "continuarei a ter prazer em conversar com esta pessoa daqui a 30 anos?"

Creio que não exista nada mais afrodisíaco do que conteúdo, alegria, caráter, bom humor, inteligência, vida com Deus...isso deveria ser mais excitante não é mesmo? Há outro ponto que sempre ressalto quando em conversas com amigas: química nada tem a ver com aparência, mas muitos às vezes trocam a “química” que muitas vezes é cerebral e física para poder desfilar ao lado de uma “barbie” ou um “ken”. Por isso digo, meninos e meninas do Reino. Amem-se. Valorizem-se. Aceitem-se. Melhorem-se também, se possível. Só não se plastifiquem, não se abduzam de suas próprias peculiaridades, não se tornem “frankesteins” de si mesmos e prossigam assim, aceitando-se e amando-se, pois como bem ensinou Exupéry: “o essencial é invisível aos olhos


Leia Mais em: http://www.genizahvirtual.com/2011/05/erotica-e-alma_22.html#ixzz1N6DSmvh7
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04/02/2012


Um potinho de maionese que ia pro lixo...
Com um pouquinho de criatividade, a gente coloca um colorido, umas florzinhas e ele passa a ser outra coisa. Deixou de ser lixo, pra trazer cor e beleza pra um cantinho que não cabe quase nada...
Precisamos aprender a enxergar a vida assim...
Tem muita coisa que só depende de nós; podemos jogar fora, porque não conseguimos enxergar uma utilidade para aquilo (é só entulho!) ou arregaçar as mangas, e com um pouquinho de esforço, transformar o que não presta em alguma coisa que vai fazer a nossa vida ter mais graça, mais cor..
O que é bom nem sempre vem pronto, às vezes dá um pouquinho de trabalho...

28/08/2011



Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença, entre dar a mão e acorrentar uma alma.
E você aprende que amar não significa apoiar-se, que companhia nem sempre significa segurança, e começa a aprender que beijos não são contratos, e que presentes não são promessas.
Começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de uma criança; aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito tempo, e aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas simplesmente não se importam… aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai ferí-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais, e descobre que se leva anos para se construir confiança e apenas segundos para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se arrependerá pelo resto da vida; aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias, e que o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida, e que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que eles mudam; percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa, por isso sempre devemos deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começa a aprender que não se deve compará-los com os outros, mas com o melhor que pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que se quer ser, e que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas onde se está indo, mas se você não sabe para onde está indo qualquer lugar serve.
Aprende que ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.
Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se; aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu com elas do que com quantos aniversários você celebrou; aprende que há mais dos seus pais em você do que você supunha; aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens; poucas coisas são tão humilhantes… e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.
Aprende que quando se está com raiva se tem o direito de estar com raiva, mas isso não te dá o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso. Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém; algumas vezes você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás, portanto, plante seu jardim e decore sua alma ao invés de esperar que alguém lhe traga flores, e você aprende que realmente pode suportar… que realmente é forte e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais.
Descobre que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! 

Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar, se não fosse o medo de tentar.

William Shakespeare



Viva Agora

Hoje existem edifícios mais altos e estradas 
mais largas, porém temperamentos pequenos e pontos de vista mais estreitos.Gastamos mais, porém desfrutamos menos.
Temos casas maiores, porem famílias menores.
Temos mais compromissos, porém menos tempo.
Temos mais conhecimentos, porém menos discernimento.
Temos mais remédios, porém  menos saúde.
Multiplicamos nossos bens, porém reduzimos nossos valores humanos.
Falamos muito, amamos pouco e odiamos demais.
Chegamos à lua, porém temos problemas para atravessar  a rua e conhecer nosso vizinho.
Conquistamos o espaço exterior, porém não o interior.
Temos dinheiro, porém menos moral...
É tempo de mais liberdade, porém de menos alegrias...
Tempo de mais comida, porém menos vitaminas...
Dias em que chegam dois salários em  casa, porém aumentam os divórcios.
Dias de casas mais lindas, porém de lares desfeitos.
Por tudo isso, proponho que de hoje e para sempre...você não deixe nada "para uma ocasião especial", porque cada dia que você viver será uma ocasião especial.
Procure  Deus, conheça-o, leia mais, sente  na varanda e admire a paisagem sem se importar com as tempestades.
Passe mais tempo com sua família e com seus amigos, coma sua comida preferida, visite os lugares que ama.
A vida é uma sucessão de momentos para serem desfrutados, não apenas para sobreviver.
Use suas taças cristal, não guarde seu melhor perfume, é  bom usá-lo cada vez que sentir vontade.
As frases "um desses dias", "algum dia", elimine-as do seu vocabulário.
Escreva aquela carta que pensava escrever "um desses dias".
Digamos a nossos familiares e amigos o quanto os amamos.
Por isso  não protele nada daquilo que somaria à  sua  vida sorrisos e alegria.
Cada dia, hora e minuto são especiais...e você não sabe se será o último... 

05/04/2011

Eu: Modo de Usar



Pode invadir ou chegar com delicadeza, mas não tão devagar que me faça dormir. 
Não grite comigo, tenho o péssimo hábito de revidar. 
Acordo pela manhã com ótimo humor mas... permita que eu escove os dentes primeiro. 
Toque muito em mim, principalmente nos cabelos, e minta sobre minha nocauteante beleza. 
Tenho vida própria.
Me faça sentir saudades, conte algumas coisas que me façam rir, mas não conte piadas e nem seja preconceituoso. Não perca tempo cultivando este tipo de herança de seus pais. 
Viaje antes de me conhecer.
Sofra antes de mim para reconhecer-me um porto, um albergue da juventude. 
Eu saio em conta, você não gastará muito comigo. 
Acredite nas verdades que digo e também nas mentiras; elas serão raras e sempre por uma boa causa.
Respeite meu choro, me deixe sozinha, só volte quando eu chamar e não me obedeça sempre, que eu também gosto de ser contrariada. (Então fique comigo quando eu chorar, combinado?)
Seja mais forte que eu e menos altruísta! 
Não se vista tão bem... gosto de camisa para fora da calça, gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço. 
Reverenciarei tudo em você que estiver a meu gosto: boca, cabelos, os pelos do peito e um joelho esfolado (você tem que se esfolar às vezes, mesmo na sua idade). 
Leia, escolha seus próprios livros, releia-os.
Odeie a vida doméstica e os agitos noturnos. 
Seja um pouco caseiro e um pouco da vida. Não de boate, que isto é coisa de gente triste. 
Não seja escravo da televisão, nem xiita contra. Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai. 
Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes.
Me enlouqueça uma vez por mês, mas me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca... 
Goste de música e de sexo. Goste de um esporte não muito banal. 
Não invente de querer muitos filhos, me carregar para a missa, apresentar sua familia... isso a gente vê depois... se calhar... 
Deixa eu dirigir o seu carro, que você adora. Quero ver você nervoso, inquieto!
Olhe para outras mulheres, tenha amigos e digam muitas bobagens juntos. 
Não me conte seus segredos, me faça massagem nas costas, não fume, beba, chore, eleja algumas contravenções. 
Me rapte! 
Se nada disso funcionar... experimente me amar!


Martha Medeiros


P.S.: Por mim, Carla: Não fume e também não beba. 
E, principalmente: experimente me amar antes de tudo, e não se nada disso funcionar. Se me amar não funcionar, aí tente o resto...

26/03/2011

"A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade. A dor é inevitável. O sofrimento é opcional."

24/03/2011


”Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja cada vez mais rara: a elegância do comportamento. É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.

É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a hora de dormir, e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando não há festa alguma nem fotógrafos por perto. É uma elegância desobrigada.

É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam.
Nas pessoas que escutam mais do que falam.
É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz ao se dirigir a frentistas.

Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem prazer em humilhar os outros.

É possível detectá-la em pessoas pontuais.

Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece, é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete.

Oferecer flores é sempre elegante.

É elegante não ficar espaçoso demais.

É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.

É elegante retribuir carinho e atenção.

É elegante o silêncio, diante de uma rejeição.

Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto. Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo, a estar nele de uma forma não arrogante.

É elegante a gentileza. Atitudes gentis falam muito mais do que mil palavras.

Abrir a porta para alguém é muito elegante .

Dar o lugar para alguém sentar é muito elegante

Sorrir, sempre é muito elegante, e faz um bem danado para a alma.

Oferecer ajuda é muito elegante.

Olhar nos olhos ao conversar, é essencialmente elegante.

Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural pela observação, mas tentar imitá-la é improdutivo.

A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que acha que "com amigo não tem que ter estas frescuras".

Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os inimigos é que não irão desfrutá-la.

Educação enferruja por falta de uso. E, detalhe: não é frescura.”



Toulouse Lautrec

19/03/2011



"Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo.
Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos.
Já expulsei pessoas que amava de minha vida, já me arrependi por isso.
Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos.
Já acreditei em amores perfeitos, já descobri que eles não existem.
Já amei pessoas que me decepcionaram, já decepcionei pessoas que me amaram.
Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir.
Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi.
Já fingi não dar importância às pessoas que amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto.
Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir.
Já acreditei em pessoas que não valiam a pena, já deixei de acreditar nas que realmente valiam.
Já tive crises de riso quando não podia.
Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva.
Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse.
Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar.
Muitas vezes deixei de falar o que penso para agradar uns, outras vezes falei o que não pensava para magoar outros.
Já fingi ser o que não sou para agradar uns, já fingi ser o que não sou para desagradar outros.
Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz.
Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava.
Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali".
Já cai inúmeras vezes achando que não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando que não cairia mais.
Já liguei para quem não queria apenas para não ligar para quem realmente queria.
Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava.
Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo. Mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda.
Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri que não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim.
Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre.
Não me mostre o que esperam de mim, porque vou seguir meu coração!
Não me façam ser o que não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!
Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão.
Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE!
Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes.
Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer:
- E daí? EU ADORO VOAR!"

Clarice Lispector

16/02/2011

Palavras ao Vento

"A primeira letra do alfabeto é também a primeira letra da palavra "Amor", e se acha importantíssima por isso!
Com A se escreve "arrependimento", que é uma inútil vontade de pedir ao tempo para voltar atrás...
e com A se dá o tipo de tchau mais triste que existe: "Adeus"... Ah, é com A que se faz "abracadabra", palavra que se diz capaz de transformar sapo em príncipe e vice-versa...
Com B se diz "Belo" - que é tudo que faz os olhos pensarem ser coração; e se dá a "Bênção", um "sim" que pretende dar sorte.
Com C, "calendário", que é onde moram os dias e o "carnaval", esta oportunidade praticamente obrigatória de ser feliz com data marcada. "Civilizado" é quem já aprendeu a cantar ´parabéns pra você` e sabe o que é "contrato": "você isso, eu aquilo, com assinatura embaixo".
Com D , se chega à "Dedução", o caminho entre o "se" e o "então"... Com D começa "defeito", que é cada pedacinho que falta para se chegar à perfeição, e se pede "desculpa", uma palavra que pretende ser beijo.
E tem o E, de "Efêmero", quando o eterno passa logo; de "Escuridão", que é o resto da noite, se alguém recortar as estrelas; e "emoção", um tango que ainda não foi feito. E tem também "eba!", uma forma de agradecimento muito utilizada por quem ganhou um pirulito, por exemplo...
F é para "fantasia", qualquer tipo de "já pensou se fosse assim?"; "fábula", uma história que poderia ter acontecido de verdade, se a verdade fosse um pouco mais maluca; e "fé", que é toda certeza que dispensa provas.
A sétima letra do alfabeto é G, que fica irritadíssima quando a confundem com o J. G, de "grade", que serve para prender todo mundo - uns dentro, outros fora; G de "goleiro", alguém em quem se pode botar a culpa do gol; G de "gente": carne, osso, alma e sentimento, tudo isso ao mesmo tempo.
Depois vem o H de "história": quando todas as palavras do dicionário ficam à disposição de quem quiser contar qualquer coisa que tenha acontecido ou sido inventada.
O I de "idade", aquilo que você tem certeza que vai ganhar de aniversário, queira ou não queira.
J de "janela", por onde entra tudo que é lá fora e de "jasmim", que tem a sorte de ser flor e ainda tem a graça de se chamar assim.
L de "lá", onde a gente fica pensando se está melhor ou pior do que aqui; de "lágrima", sumo que sai pelos olhos quando se espreme o coração, e de "loucura", coisa que quem não tem só pode ser completamente louco.
M de "madrugada", quando vivem os sonhos... N de "noiva", moça que geralmente usa branco por fora e vermelho por dentro.
O de "óbvio", não precisa explicar...
P de "pecado", algo que os homens inventaram e então inventaram que foi Deus que inventou.
Q, tudo que tem um não sei quê de não sei quê.
E R, de "rebolar", o que se tem que fazer pra chegar lá.
S é de "sagrado", tudo o que combina com uma cantata de Bach; de "segredo", aquilo que você está louco pra contar; de "sexo": quando o beijo é maior que a boca.
T é de "talvez", resposta pior que ´não`, uma vez que ainda deixa, meio bamba, uma esperança... de "tanto", um muito que até ficou tonto... de "testemunha": quem por sorte ou por azar, não estava em outro lugar.
U de "ui", um "ai" que ainda é arrepio; de "último", que anuncia o começo de outra coisa; e de "único": tudo que, pela facilidade de virar nenhum, pede cuidado.
Vem o V, de "vazio", um termo injusto com a palavra nada; de "volúvel", uma pessoa que ora quer o que quer, ora quer o que querem que ela queira.
E chegamos ao X, uma incógnita... X de "xingamento", que é uma palavra ou frase destinada a acabar com a alegria de alguém; e de "xô", única palavra do dicionário das aves traduzida para o português.
Z é a última letra do alfabeto, que alcançou a glória quando foi usada pelo Zorro... Z de "zaga", algo que serve para o goleiro não se sentir o único culpado; de "zebra", quando você esperava liso e veio listrado; e de "zíper", fecho que precisa de um bom motivo pra ser aberto; e de "zureta", que é como fica a cabeça
da gente ao final de um dicionário inteiro!"

Pedro Bial

04/01/2011

DEVER DE SONHAR




"Eu tenho uma espécie de dever, dever de sonhar, de sonhar sempre,
pois sendo mais do que um espetáculo de mim mesmo,
eu tenho que ter o melhor espetáculo que posso.
E, assim, me construo a ouro e sedas, em salas
supostas, invento palco, cenário para viver o meu sonho
entre luzes brandas e músicas invisíveis."

FELIZ OLHAR NOVO!!!


"O grande barato da vida é olhar para trás e sentir orgulho da sua história. O grande lance é viver cada momento como se a receita da felicidade fosse o AQUI e o AGORA.
Claro que a vida prega peças. É lógico que, por vezes, o pneu fura, chove demais...
Mas, pensa só: tem graça viver sem rir de gargalhar pelo menos uma vez ao dia? Tem sentido ficar chateado durante o dia todo por causa de uma discussão na ida pro trabalho? Quero viver bem.
O ano que passou foi um ano cheio. Foi cheio de coisas boas e realizações, mas também cheio de problemas e desilusões. Normal.
Às vezes se espera demais das pessoas. Normal.
A grana que não veio, o amigo que decepcionou, o amor machucou. Normal. O próximo ano não vai ser diferente.
Muda o século, o milênio muda, mas o homem é cheio de imperfeições, a natureza tem sua personalidade que nem sempre é a que a gente deseja, mas e aí? Fazer o quê? Acabar com seu dia? Com seu bom humor? Com sua esperança?
O que eu desejo para todos nós é sabedoria!
E que todos saibamos transformar tudo em uma boa experiência! Que todos consigamos perdoar o desconhecido, o mal educado. Ele passou na sua vida. Não pode ser responsável por um dia ruim...
Entender o amigo que não merece nossa melhor parte. Se ele decepcionou, passe-o para a categoria três, a dos colegas. Ou mude de classe, transforme-o em conhecido. Além do mais, a gente, provavelmente, também já decepcionou alguém.
O nosso desejo não se realizou? Beleza, não tava na hora, não deveria ser a melhor coisa pra esse momento (me lembro sempre de um lance que eu adoro: CUIDADO COM SEUS DESEJOS, ELES PODEM SE TORNAR REALIDADE).
Chorar de dor, de solidão, de tristeza faz parte do ser humano. Não adianta lutar contra isso. Mas se a gente se entende e permite olhar o outro e o mundo com generosidade, as coisas ficam diferentes.
Desejo para todo mundo esse olhar especial. O próximo ano pode ser um ano especial, muito legal, se entendermos nossas fragilidades e egoísmos e dermos a volta nisso. Somos fracos, mas podemos melhorar. Somos egoístas, mas podemos entender o outro.
O próximo ano pode ser o máximo, maravilhoso, lindo, espetacular... Ou... Pode ser puro orgulho!
Depende de mim, de você!
Pode ser.
E que seja!!!
Feliz olhar novo!!!
Que a virada do ano não seja somente uma data, mas um momento para repensarmos tudo o que fizemos e que desejamos, afinal sonhos e desejos podem se tornar realidade somente se fizermos jus e acreditarmos neles!"

 
UM ANO NOVO CHEIO DE MUDANÇAS E RECOMEÇOS PARA TODOS NÓS!!!

(Carlos Drummond de Andrade)

24/10/2010




"Severino retirante,
deixe agora que lhe diga:
eu não sei bem a resposta
da pergunta que fazia,
se não vale mais saltar
fora da ponte e da vida;
nem conheço essa resposta,
se quer mesmo que lhe diga;
é difícil defender,
só com palavras, a vida,
ainda mais quando ela é
esta que vê, severina;
mas se responder não pude
à pergunta que fazia,
ela, a vida, a respondeu
com sua presença viva.
E não há melhor resposta
que o espetáculo da vida:
vê-la desfiar seu fio,
que também se chama vida,
ver a fábrica que ela mesma,
teimosamente, se fabrica,
vê-la brotar como há pouco
em nova vida explodida;
mesmo quando é assim pequena
a explosão, como a ocorrida;
mesmo quando é uma explosão
como a de há pouco, franzina;
mesmo quando é a explosão
de uma vida severina."



Trecho de "Morte e Vida Severina", de João Cabral de Melo Neto








"A porta da verdade estava aberta
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.

Assim, não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só conseguia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.

Arrebentaram a porta. Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia os seus fogos.
Era dividida em duas metades,
diferentes uma da outra.

Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era perfeitamente bela.
E era preciso optar. Cada um optou
conforme seu capricho, sua ilusão, sua miopia."



"A Verdade Dividida"
Carlos Drummond de Andrade


07/06/2010

"Incertos são nossos amores, e por isso é tão importante sentir-se bem mesmo estando só."


Martha Medeiros

06/06/2010

Portas Abertas

Contrariamente ao que a internet faz conosco – nos abrindo as portas para o mundo – , o homem vive um processo inverso: fecha-se em seu mundo e alimenta, neuroticamente, um estilo de vida solitário.

Esse incentivo ao isolamento começa desde cedo, dentro de casa. A própria arquitetura está a serviço do culto à individualidade. Cada um, em casa, cria seu próprio espaço e vive o seu mundo.

Assim é, também, no casamento, nas amizades, nas relações profissionais, sociais. As pessoas propõem um pacto entre si desde que o "eu" de cada um não seja invadido. No vocabulário pós-moderno, pronomes como: nosso, conosco e nós, dão lugar àqueles que refletem a individualidade: eu, meu, tu, teu. Fechamos as portas para os outros, como se fosse possível viver sozinhos.

E os sentimentos? Como vivê-los ou senti-los somente em função de nós mesmos? Infelizmente fechamos as portas para a possibilidade de uma vida compartilhada, onde sentimentos e emoção alcançam a plenitude.

– Porque viver de portas fechadas? Que beleza pode haver, porventura, no isolamento deliberado?

É preciso abrir portas – muitas portas! A vida oferece muito mais aos que aprendem a sair de si mesmos e arriscam-se na direção dos outros. Abrir portas é, também, expandir fronteiras, aprender novas vivências, degustar outros sabores.

Muitas são as portas que precisam ser abertas por nós mesmos: Porta do amor, para que entre a saúde emocional; porta da paz, para que entre o refrigério; porta do perdão, para que entre cura interior; porta da esperança, para que entre o futuro; porta da fé, para que entre a vitória; porta do louvor, para que entre alegria.

A existência está repleta de portas fechadas. Por detrás, há muita vida esperando para entrar. A maçaneta está em nossas mãos.

Muitas dessas portas têm o trinco do lado de dentro; só nós podemos abri-las. Portas fechadas, como símbolos de isolamento, podem significar o triunfo do egoísmo, da insegurança, da insensibilidade e do desamor.

Nossa vida pode ser comparada a uma casa cheia de portas. Através delas entram pessoas, fluem sentimentos, passam emoções. Por elas, também, nos movimentamos, saímos na direção do futuro, ao encontro de pessoas, à espera de emoções.

O importante é descobrir, e logo, quais as portas que, uma vez fechadas, nos impedem de viver bem, e abri-las, para que a vida flua por nós e para nós. Na verdade, as portas estão no coração. Por isso a Bíblia diz com uma profundidade rara: "De tudo que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem as saídas da vida". Portas abertas significam também corações ávidos de amor. É a vida que não se fecha em si mesma, para não morrer. A existência feliz requer portas abertas!


Pr. Estevam Fernandes de Oliveira

05/06/2010


"Semeais um ato e colhereis um hábito;

Semeais um hábito e colhereis um caráter;

Semeais um caráter e colhereis um destino."


G. D. Boardman